segunda-feira, 23 de junho de 2008

Uma deliciosa comedia de Ariano Suassuna

Enildo do Rosário

Cinqüenta anos após ter sido levada ao palco pela primeira vez, a peça “O Santo e a Porca”, de Ariano Suassuna com nova montagem através da Cia. Limite 151 e da direção de João Fonseca. O espetáculo está em cartaz no Teatro Sesi, Centro do Rio tem no elenco os atores Ewerton de Castro, que está completando 40 anos de carreira que faz o avarento Euricão, protagonista da História, Gláucia Rodrigues, Armando Babaioff, Nilvan Santos, Duaia Assumpção, Janaína Prado e o Ator Convidado: Élcio Romar.

Escrita por Ariano Suassuna em 1957, O Santo e a Porca aborda o tema da avareza. O texto, segundo o próprio Suassuna, "é uma imitação nordestina" da peça Aululária, também conhecida como a Comédia da Panela, do escritor romano Plauto. A peça relata o casamento da filha de um avarento, sendo que o "santo" do título é Santo Antonio e a "porca" é um cofrinho, símbolo do acúmulo de dinheiro e tão protetor quanto o santo.

A comédia O Santo e A Porca não foge à regra dos espetáculos de Ariano Suassuna, onde a simplicidade do trabalho permeia toda ação dramática. O cenário recria um ambiente do interior nordestino. A cultura nordestina é amplamente valorizada através de personagens que trazem consigo a marca de um povo sofrido, porém alegre. Intrinsecamente ligado ao espetáculo teatral popular brasileiro, O Santo e A Porca é profundamente cômico, festivo, mágico e malicioso. A encenação busca instaurar um ambiente de encantamento, onde os contrastes entre a riqueza e a pobreza saltam aos olhos.

Desafio de mais um clássico, desta vez de um autor nordestino o diretor João Fonseca fala do prazer de dirigir textos brasileiros no oprimido. O Santo e A Porca têm um olhar sobre o sertão, os grandes coronéis. Ainda mais porque em todos esses trabalhos o foco é no oprimido.- Suassuna enxerga a capacidade de transmutar do pobre sertanejo, a capacidade de sobreviver. A necessidade de sobreviver faz com a vida lhes dê uma inteligência grande para isso “, conta o diretor”.

Serviço:
Teatro SESI - Rua Graça Aranha nº. 1 - Centro-Tel: 2563-4163
Horário : de quinta a domingo às 19:30 h
Preço: quinta e sexta R$ 30,00/sábado e domingo R$ 40,00
Classificação etária: 10 anos
Duração do espetáculo: 90 minutosTemporada até 31 de agosto

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cultura: Nova obra teatral adapta livro de Mutarelli

Ivoneth Merlin

Depois de ter seu romance de estréia, "O Cheiro do Ralo", levado às telas em março deste ano por Heitor Dhalia, o quadrinista Lourenço Mutarelli fecha 2007 vendo sua segunda incursão no gênero ganhar os palcos. Menos estilizado do que o filme estrelado por Selton Mello, mas com uma fauna de personagens lúgubres à altura deste, "O Natimorto" estréia dia 5 de Julho no Rio de Janeiro, no teatro dos Grandes Atores na Gávea.

No teatro, sai de cena o Lourenço obcecado pelo odor do banheiro e entra O Agente, fumante inveterado acossado pelas imagens impressas no verso dos maços ("São um prenúncio do dia") e pelos possíveis elos destas com as cartas do tarô. Quando sua nova cliente, A Voz (que não emite nenhum som ao abrir a boca), chega à cidade, ele lhe faz uma proposta radical: isolarem-se em um quarto de hotel para ficarem a salvo das vaias, críticas e tomates dos detratores. Na semi-clausura (ela sai eventualmente para tocar a carreira), surge uma relação de cumplicidade e dependência.

A transposição do livro para o palco foi iniciativa da atriz Maria Manoella, intérprete d'A Voz, que descobriu "O Natimorto" em 2005, um ano após o lançamento. "A estrutura é mais de peça do que de romance. O universo do Mutarelli, de solidão, confinamento, estranhamento e horror, me atrai bastante. É muito fácil filmar o horror, mas é raro vê-lo no teatro", diz.

Para Nilton Bicudo, que faz O Agente, a proposta de "discutir uma relação entre quatro paredes" foi o maior chamariz. "E também achei interessante o fato de o personagem querer assumir sua assexualidade [ele sublima a libido ao descobrir a infidelidade da mulher, vivida por Martha Nowill]. Isso tira da frente um monte de dor de cabeça. Com a banalização atual do sexo, é quase uma antevisão do futuro", afirma.

O dramaturgo Mário Bortolotto, que vê em Mutarelli "um louco genial", assina adaptação e direção. Do original, enxugou os monólogos d'O Agente ("senão ficaria com quase quatro horas"), mas preservou os diálogos. "Eles têm um ritmo que precisava ir para a cena", avalia.

Infanto-juvenil do O Pensador

Fabiana de Jesus
Com muito humor, a peça “Um garoto chamado Roberto” chega ao palco do Oi Futuro e retrata o analfabetismo das crianças brasileiras. A esquete, produzido pelo cantor Gabriel O Pensador, mostrar como driblar o preconceito das diferenças sociais existentes no país.

A peça nasceu de um livro do O Pensador, e que tem o mesmo nome que a história,é toda focada no protagonista Roberto, que acabou tendo o nome trocado por causa do analfabetismo do pai. O livro ganhou vários prêmios, um dos mais importantes foi o 48°
Prêmio Jabuti de Literatura do ano de dois mil e seis.

"O livro é muito bom. Passa toda a emoção de uma criança que sofre preconceitos e discriminações. Tive a oportunidade de ler há dois anos atrás e estou ansiosa para ver a peça, que deve ser tão imocionante quanto a obra literário de Gabriel", comenta a estudante Carla Regina da Silva.

A peça entrará em cartaz a partir do dia 14/06 até 28/09. Todos os sábados e domingos, às 16 horas. O ingresso 8 reis e meia 4 reais. No Oi Futuro do Rio.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Alunos e a arte do Municipal

Fabiana Maria de Jesus
Agora estudantes de colégios municipais e estaduais estão tendo a oportunidade de conhecer os bastidores do teatro de pertinho. O Projeto escola do Teatro Municipal revela um mundo novo para adolescentes do Rio de Janeiro.

O projeto do Municipal que nasceu no final do ano passado proporciona abrir os horizontes de pessoas que não tem condições de conhecer e pagar para entrar em peças teatrais a conhecer e passar a gostar .Ser telespectador assíduo dos palcos é um dos objetivos do teatro.

“Eu me sinto muito feliz quando vejo os adolescentes de várias escolas, que talvez não teria a oportunidade de conhecer um maestro, uma bailarina e ver de perto como tudo se torna realidade nos palcos. Espero que esse projeto vá muito longe, e alcance lugares nunca imaginado por nós (professores) e pelos os alunos que tem a curiosidade de conhecer o mágico mundo do Municipal”, relata a professora de Balé, Amanda Peçanha.

A entrada é gratuita.O convite de visitar o teatro é feito pelo o próprio Municipal. Os Colégios e pessoas que quiserem conhecer melhor a programação e se informar sobre as visitações é só entrar em contato com o número: 2299-1687. A entrada é gratuita.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Sucesso de público e de bilheteria a peça “Como Passar em Concurso Público”, está em cartaz no Rio de Janeiro

Enildo do Rosário

Quem já passou em um concurso conhece com detalhes a jornada para obter a pontuação necessária e conseguir um emprego na máquina estatal. São horas de estudo, desgastantes aulas no cursinho, mais a pressão de familiares e amigos, e ainda uma dúvida que costuma aparecer na cabeça de alguns: “Será que eu estou fazendo a coisa certa?”
Para responder estas e outras perguntas que assolam muitos brasileiros está em cartaz no Teatro Clara Nunes, na Gávea o espetáculo “Como Passar em Concurso Público”. Mas quem se propõe a revelar o segredo tão almejado por grande parte da população brasileira é a Companhia de Comédia G7 que entrou a fundo no tema.

Segundo a Cia, o tema foi tão envolvente que eles visitaram cursinhos e assistiram aulas, leram livros sobre o assunto, entrevistaram os "concorrentes" e até mesmo realizaram provas! Em cada uma dessas etapas buscaram o que há de realmente engraçado em cada detalhe, cada pormenor do dia-a-dia desses heróis. Durante o espetáculo são fornecidas 10 valiosas dicas que mostram o caminho da aprovação, como por exemplo: "Se você estiver na dúvida, marque a alternativa correta!".

De acordo com o ator Rodolfo Cordón, a peça conta à história de José Brasil, um “concurseiro” como tantos outros, que enfrenta situações típicas de quem busca a estabilidade, tais como suportar a pressão familiar, realizar provas teóricas e práticas e, enfim, obter a aprovação – ainda que de maneira duvidosa. Toda saga de Zé Brasil, desde sua concepção até seu futuro como técnico judiciário, é retratada de maneira divertida, dinâmica e inusitada. Em tom de sutis apontamentos, o espetáculo faz rir, mas também faz-nos refletir sobre nossas escolhas, sobre nossa função na sociedade e sobre os nossos sonhos.” Passar em concurso público é muito fácil, a questão fundamental que se impõe ao decorrer da trama não é apenas o segredo, mas também se é este o seu verdadeiro desejo”. Afirma - Rodolfo.

SERVIÇO
Teatro Clara Nunes
Endereço: Shopping da Gávea – 3º Piso – Rua Marques de S. Vicente, 52 – (21) 2274-9696.
Horários: Quinta a Sábado às 21h30; Domingo às 20h30.
Preços: Quinta, sexta e domingo R$ 50,00 (inteira); sábado R$ 60,00 (inteira).
Ingressos antecipados a venda no site
www.ingresso.com
Atenção: Doadores de 01 lata de leite em pó têm 50% de desconto no ingresso inteiro. Os alimentos serão doados para o Retiro dos Artistas
Classificação etária: 12 anos
Duração: 70 minutos

Teatro para não atores


Fabiana de Jesus




O Senac Rio abre mais um novo curso para quem quer ser “soltar” e ser desinibido no dia a dia. O programa de aperfeiçoamento para não atores tem como objetivo deixar as pessoas mais a vontade, exercer a criatividade e aprender a atuar nas situações que acontecem todos os dias.

O curso que tem duração de sessenta horas presenciais usa todos os exercícios que cursos profissionalizantes explora. O corpo, a mente e a voz são estimulados através de músicas, criação de cena, texto dramático, exercício de respiração, vocais e corporais, entre outras atividades.

“O Senac achou muito importante criar um curso para pessoas que não querem seguir a carreira de ator, mas sim poder, interagir com mais presença e personalidade em vários segmentos sociais, falar com mais segurança em público, expor idéias, preparar cenas, contar e interpretar histórias. Tudo isso é importante na vida de todos e em qualquer profissão”, relata Leonardo Thole, diretor de comunicação e marketing do Senac.

O curso terá início 16 de junho com duração até 21 de agosto. Segundas e quintas de 19:00 às 22: 00 hora. Rua Pompeu Loureiro, 45 - 10º andar - Copacabana, Rio de Janeiro.Contatos Tel: 2545-4848 / E-mail: cultcom@rj.senac.br.

terça-feira, 3 de junho de 2008

“Nippon: Cem anos de integração Brasil – Japão

Ivoneth Merlin e Karinna Duque Estrada

Uma “viagem” de 100 anos na história que uniu duas culturas tão distantes é o que o Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) oferece aos visitantes. A mostra traça um panorama da cultura japonesa, desde os seus aspectos mais tradicionais até o momento contemporâneo e aborda ainda o desenvolvimento da cultura nipo-brasileira

Ao entrar no CCBB, os visitantes se deparam com pipas enfeitadas com símbolos da cultura japonesa, expostas no hall principal do centro. A mostra está distribuída em 18 salas, com exposição de gravuras tradicionais dos grandes mestres japoneses do século XVIII, objetos de arte utilizados no dia-a-dia e vestimentas como quimonos e armaduras samurai. Também é possível ver também de perto alguns aspectos cotidianos do país do sol nascente, como a cerimônia do chá, as religiões budista e xintoísta e a milenar arquitetura da região.

A exposição é apresentada em quatro módulos. Sendo o primeiro módulo a apresentação de objetos tradicionais da cultura japonesa que influenciam até o hoje o mundo moderno como quimonos, leques, espadas e etc. A segunda parte expõe a arte do dia-a-dia, como a beleza da ikebana (arranjos de flores), o cuidado da cerimônia do chá e os ideogramas. A terceira parte trata das relações entre os dois países, utilizando a arte como fio condutor. O último módulo mostra as influências da cultura sobre o resto do mundo. Uma das salas conta com telões exibindo desenhos animado que conquistaram o mundo e até se tornaram filmes em Hollywood, como "Speed Racer".

De acordo com a assessora de imprensa da mostra, Solange Duarte, “estas manifestações estão incluídas na concepção oriental de que a arte não é para ser apenas vista, mas vivida no seu cotidiano”. A curadora da exposição, Denise Mattar, explica que os japoneses vivenciam a arte e se preocupam com os detalhes. “A gente tem uma idéia da arte como uma coisa para se ver. Para eles, é para ser vivenciada. Cada coisa é feita cuidadosamente, com muita arte,” comenta a curadora.

A exposição Nippon: Cem anos de integração Brasil-Japão vai até 13 de julho (de terça a domingo, das 10h às 21h), no CCBB, Rua Primeiro de Março, 66, Centro, no Rio de Janeiro, tel. (21) 3808-2020. Entrada gratuita.



segunda-feira, 2 de junho de 2008

O festival dos palcos no Rio de Janeiro


Fabiana de Jesus



Quatorze espetáculos concorrem a quinze categorias em um dos maiores festival do Estado do Rio . O 3º Festival Estadual de Esquetes da Fetaerj , Federação de Teatro Associativo do Estado do Rio de Janeiro que aconteceu do dia 20 à 28/5, agitou o mundo teatral e atraiu mais de mil telespectadores e cerca de trinta grupos teatrais de todo o estado, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu.


O festival que foi fundado em 1977 com o objetivo de discutir e aprimorar a produção teatral alternativa no estado, premiou os ganhadores com valores que variaram de R$ 1000,00 a 200,00 reais.

“O valor é um pequeno incentivo para os grupos teatrais que por muitas vezes não tem o reconhecimento que deveria. É gratificante assistir tanta gente boa, que tem futuro e que se esforça para dar o melhor de si no nosso festival. Cada ano melhora a qualidade dos grupos, esperamos que daqui a algum tempo apareçam mais festivais, tão bom quanto o Fetaerj para valorizar os atores do nosso Brasil”, comenta o presidente do festival Josué Soares.


O esquete que levou o primeiro lugar do festival foi “As Prosopopéias de Casimiro Côco” do Grupo Dell’Art recebeu vários aplausos no dia 28/5, quando teve a divulgação dos ganhadores.

“Foi muito tenso. Cada grupo tinha as apresentações cronometradas. O não cumprimento do tempo limite desclassificará o esquete na hora.Estávamos nervosos com o tempo e com os jurados, mas fomos competentes e ganhamos o primeiro lugar de melhor esquete. Posso garantir que todo o nosso grupo estão está feliz com mais um reconhecimento dentro do que mais gostamos de fazer, atuar”, relata um dos atores da peça Paulo Gruim.