segunda-feira, 17 de março de 2008

Teatro do oprimido – uma forma de linguagem


Karinna Duque Estrada


Muitos estão acostumados a ouvir falar de teatro para crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiência, mas quando se fala para o oprimido, a curiosidade não fica de lado. Com mais de 35 anos de existência e conhecido internacionalmente, o CTO – Rio (Centro de Teatro do Oprimido) foi fundado para alcançar todas as camadas socialmente excluídas, isto é, todos aqueles que de uma forma ou de outra, não tem condições ou oportunidade de acesso a informação e a arte.

A instituição criada pelo diretor e dramaturgo Augusto Boal, é um centro de pesquisa que desenvolve técnicas e exercícios teatrais específicos para cada camada oprimida. Além da arte cênica em si, existe a finalidade política, onde o teatro se torna um veículo para debate de problemas sociais, fazendo com que o público também participe. “O público é sempre incentivado a participar, não chega a existir essa separação entre ator e espectador”, comenta a socióloga aposentada Marli Miranda que já acompanhou de perto algumas apresentações do grupo. “A peça é uma apresentação do que vivemos diariamente, todos que assistem vão embora pensando no que poderia mudar na vida real”.

A idéia do CTO nasceu durante uma viagem pelo Nordeste, onde foi apresentado um musical para a população camponesa sobre a questão agrária. Após a apresentação, Boal percebeu que o teatro dava conselhos que a própria população não era capaz de seguir. A partir daí pensou no teatro como uma forma de diálogo e atualmente visita presídios, escolas, pontos culturais e ruas de todo o mundo levantando temas críticos como violência, política, sexo e preconceito.

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