sábado, 26 de abril de 2008

Liberdade sexual nos anos 60

.


Fabiana de Jesus


Depois de quarenta anos o Brasil ainda debate um assunto polêmico para a sociedade, o caso das mulheres independentes, que optam em valorizar o sexo ao invés do relacionamento. Esse tema está sendo abordado pela a Cia teatral Dionísios, na peça "Os incríveis anos 60", que conta o início dessa liberdade sexual.

O tema da peça foi escolhido levando em consideração a grande importância social e cultural que a década de 60 representou para o Brasil e para o mundo, trazendo a mulher como o foco principal.

A peça é tratada com bom humor, e traz um elenco jovem, deixando o espetáculo muito mais próximo dos adolescentes. “É muito legal poder mostrar um pouco da década que foi um marco na história do nosso país e do mundo, principalmente o tema das mulheres independentes sexualmente. Essa peça vai poder mostrar um pouquinho de como foi à década de 60 para quem não a viveu”, comenta diretor Diogo kaleff.

A atriz Camila Rubim aposta que a peça será um sucesso. “Tenho certeza que as pessoas vão gostar, mesmo que não tenham vivido naquela época. O texto é muito atual, traz um assunto que até hoje é um tabu. Espero que as pessoas gostem, pois a peça foi muito bem elaborada" , relata Camila Rubim.

A peça entrará em cartaz no dia 11 de maio, no Sesc de Madureira. Entrada 20 reais. Idoso e estudante pagam meio.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Recorde de alunos no Galpão Aplausos



Fabiana de Jesus








Mais de 250 vagas foram preenchidas no último ano no Galpão Aplauso . O recorde de alunos foi comemorado pelos os profissionais e idealizadores da instituição. Os projetos e cursos da instituição tem parceria com o Ministério da Cultura e a Prefeitura do Rio de Janeiro, e oferece cursos gratuitos para jovens de baixa renda. O Galpão foi inaugurado em 2004 e começou com apenas 10 adolescentes.

Para ingressar no Galpão é necessário participar do Projeto da Vez, que oferece oficinas de música, dança, teatro e circo, porém é obrigatório assistir as aulas de direitos humanos, história das artes, mundo de trabalho e cidadania. Após participar um ano do projeto, os jovens podem optar em continuar nas outras oficinas de capacitação profissional, como: Coordenar a Cia aplausos e o Centro especial (centro de artes plásticas) e participar do ProJovem, programa do Governo Federal.

“A missão do Galpão é capacitar e inclusão de jovens no mercado de trabalho, oferecendo um ensino humanista, artístico e empreendedor. Hoje, conseguimos vários jovens entre 16 e 24 anos, e tudo sem fins lucrativos. Isso é muito gratificante”. Relata a diretora do Galpão, Ivonette Albuquerque.

O Galpão Aplauso está localizado na Rua General Luis Mendes de Moraes, 50, Santo Cristo, Rio de Janeiro
Voltar para a página inicial.

A podridão humana no palco


Fabiana de Jesus



Um espetáculo que relata a decadência, a podridão humana e mostra os seres marginalizados pela sociedade foi o ganhador Festival de Teatro de Resende. “O maldito”, conta a vida e a obra do autor Plínio Marcos. A peça que foi convidada a se apresentar no Festival da fetaerj, um dos maiores festivais de teatro do Rio de Janeiro, mostra a vida das pessoas que sofrem preconceitos, acusações e que suplicam dignidade, respeito e esperança.

O telespectador fica no meio do cenário, pois a peça não tem cadeira para o público sentar.O telespectador acaba interagindo com os atores no cenário que reproduz os prostíbulos e os bairros pobres do Rio de Janeiro.

O diretor e idealizador da peça,
Ribamar Ribeiro, comenta que é uma honra poder mostrar um pouco da vida de Plínio Marcos. “Tem gente que marca a vida das pessoas, e ele marcou a minha com os seus livros e seus espetáculos teatrais. O maldito foi inspirado no meu livro favorito, Navalha na carne, e é um prazer contar um pouco da sua obra”.

“É muito complicado interpretar um papel tão polêmico e complexo como a da minha personagem, Dolores, uma prostituta que vive jogada no mundo, tentando achar uma motivação para viver. É um personagem triste, mas ao mesmo tempo mostra a realidade de muita gente”. Relata Getúlio Nascimento, um dos atores da peça.

O maldito está em cartaz no
Sesc de Madureira. Terças e sextas-feiras, a partir das 19h00 horas.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Dona Flor e seus dois maridos ganha versão para o palco


Enildo do Rosário

Um dos clássicos da literatura brasileira que já foi sucesso de bilheteria nacional no cinema e Record de telespectadores na TV, agora ganha uma versão para o teatro. Está em cartaz no teatro das Artes, no Leblon, uma das maiores historias do poeta Jorge Amado: “Dona Flor e Seus Dois Maridos”

Para contar essa história de sucesso estão no elenco Carol Castro - no papel de Florípedes -, Marcelo Faria - como Vadinho - e Duda Ribeiro - como Theodoro -, além de mais 13 com a direção do premiadíssimo diretor , Pedro Vasconcelos que afirma que a adaptação foi fiel ao livro de Jorge Amado de onde foram tirados os principais momentos do espetáculo - Os atores tiveram aula de dança, prosódia, culinária, preparação psicológica, expressão corporal,canto e voz,cultura baiana, entre outras- explica Pedro

Para o ator Marcelo Faria, a peça 'Dona Flor e Seus Dois Maridos' apresenta uma releitura diferente do filme de Bruno Barreto e da minissérie apresentada na televisão, mas sem perder a essência do romance de Jorge Amado.

-Dona Flor vive um triângulo amoroso onde ela encontra o ideal do homem em dois maridos: "um oferece a sensualidade, já o outro é amável e fiel. Sempre quis montar este texto. Li o livro há muito tempo e me apaixonei pelo Vadinho"- disse o irreverente ator.

Já Carol Castro diz que o principal elemento que ela procurou passar para Flor como ela gosta de chamar a sua personagem, é a transparência.
- "Eu procuro deixar claro para o público todas as faces da personagem: ela virgem, menina, culpada, mulher, viúva, com Theodoro, e cansada dele, com saudades de Vadinho –Afirma Carol que ainda completa que a peça é um marco na carreira dela- Estou preparada para enfrentar qualquer desafio na vida depois desse peça- conclui.


SERVIÇO:
'Dona Flor e Seus Dois Maridos'
Teatro das Artes
Rua Marquês de São Vicente, 52, 2º piso - Shopping da Gávea
Tel.: 2540-6004
Quinta - 21h - R$ 60
Sexta - 21h - R$ 60
Sábado - 21h - R$ 70
Domingo - 20h - R$ 60
Classificação : 18 anos
Duração: 110 minutos.
Descontos: 50% para estudantes, idosos apresentando documentação.

Links:


http://www.donafloreseusdoismaridos.com.br/
http://www.donafloreseusdoismaridos.com.br/>

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Minimalismo e experimentação em Beckett

Os espectadores brasileiros tiveram a oportunidade de assistir, ao longo dos anos, a montagens destacadas dos textos mais conhecidos de Samuel Beckett - "Esperando Godot", "Dias felizes", "Fim de jogo" e "A última gravação de Krapp" (que deverá ganhar, em breve, nova encenação com Sergio Britto).
No entanto, os irmãos Adriano e Fernando Guimarães vêm prestando importante contribuição ao levarem para a cena as peças curtas do dramaturgo. Composto por oito peças, traduzidas por Barbara Heliodora, e cinco performances, o projeto "Resta pouco a dizer" toma conta, a partir de hoje, do Oi Futuro. Alguns trabalhos já foram apresentados, como "Balanço", no mesmo Oi Futuro, com Vera Holtz (em São Paulo, Nathalia Timberg).
Mas há novidades, como a estréia de "Improviso em Ohio", com Aderbal Freire-Filho como ator. "Gosto do minimalismo em Beckett e do fato de utilizar a palavra para falar da própria palavra", identifica Fernando Guimarães em relação às peças curtas do dramaturgo, reunidas na caixa de DVDs "Beckett on film" e exibidas, há alguns anos, numa das edições do Festival do Rio. "Naquela ocasião, vim ao Rio para assistir aos filmes", relembra Fernando, radicado em Brasília, que, também carrega na memória montagens emblemáticas, como "Quatro vezes Beckett", encenada por Gerald Thomas, com Sergio Britto, Ítalo Rossi e Rubens Corrêa no elenco.
Determinados pontos centrais na obra de Samuel Beckett certamente virão à tona durante as apresentações, como a desarticulação entre o movimento do pensamento e a fala (bastante presente em "Eu não"), os espaços cênicos delimitados pelo dramaturgo, dos quais os personagens não têm como escapar, a teatralidade extraída da exasperação da espera e a estrutura circular dos textos, que evoluem, diversas vezes, através das repetições.
"Beckett fornece muitas indicações ao diretor. A obsessão é um traço de sua personalidade artística", afirma Fernando. "Mas as performances, em especial, são criações nossas, calcadas no poder de regulação de um objeto externo. O maior exemplo pode ser encontrado, inclusive, numa peça longa do autor, como `Dias felizes', dada a importância da campainha de Winnie", observa Fernando Guimarães a respeito da personagem interpretada por Fernanda Montenegro (nas montagens de "Oh! Que belos dias", na década de 70, e "Dias felizes", na de 90) e Vera Holtz.
"Resta pouco a dizer" resulta da bem-sucedida parceria entre Adriano e Fernando Guimarães, desenvolvida no decorrer do tempo. "Trabalhamos juntos desde sempre e não dividimos funções. Um trabalho só chega à cena se nós dois aprovarmos. Nosso olhar estético é parecido, o que não significa que não tenhamos momentos de discordância. Só tomamos cuidado para não discutir na frente dos atores", brinca. Adriano e Fernando são, atualmente, professores na escola de Dulcina de Morais, localizada no Conic, em Brasília, e ambos assinam as montagens finais. "Eu fui aluno de Dulcina e era fantástico perceber como ela tinha um ritmo incrível em cena", relembra.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Teatro - Gota D' Água, clássico do teatro, ganha nova leitura

Júlia Pedro
Gota D’ Água, uma tragédia musical urbana em forma de poema, conta a história dos moradores de um conjunto habitacional do subúrbio carioca que driblam a exclusão social e a ganância do poderoso empresário Creonte. Nesse canário hostil, Joana - personagem inspirada na tragédia grega Medéia, de Eurípedes - tenta viver um amor com o Jasão, um compositor popular que acaba cedendo às tentações de Creonte.
O elenco original da peça contava com as participações de Bibi Ferreira (Joana), Roberto Bomfim (Jasão) e Oswaldo Loreiro (Creonte), como os atores pricipais. Mas nesta nova versão, Joana é interpretada pela atriz Georgette Fadel, que dá vida a uma mulher mais próxima da realidade e menos mitológica.

"Joana está mais para uma personagem de Plínio Marcos do que para Medéia", explica Heron Coelho, diretor da peça.

Segundo ele, essa visão realista sempre ficou de fora das montagens anteriores ( além da primeira versão, a peça já foi montada por Gabriel Vilela e Regina Volpato) em função do eterno conflito entre o bem e o mal.

"Cada personagem tem seu papel, sua função dentro do processo social. Preferimos que o público escolha quem ele vai culpar ou absolver", esclarece.

Segundo Heron, Gota D'Água - Breviário (nome dado por ele) é um leitura dramática do texto de Paulo Pontes e Chico Buarque. "Somos da vanguarda", diz ele, ressaltando que o próprio grupo de atores, com média de idade de 20 anos, montou o cenário e confeccionou os figurinos Além disso, a peça pela primeira vez será encenada em formato arena justamente para aproximar os personagens com o público.
Sobre as possíveis críticas e comparações com as montagens anteriores, o diretor - que nasceu no ano em que a primeira versão estreou - diz que não teme esse tipo de reação. " Quem tem esse medo é porque faz seu trabalho voltado para a crítica. Eu faça para o público". Heron também revela que seu maior objetivo é resgatar os grandes textos do teatro brasileiro, como os escritos por Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha, e Gianfrancesco Guarnieri.
A peça está em cartaz no Teatro Glória, de quinta a domingo, às 19h.

Para conhecer as letras: www.letras.terra.com.br/chico-buarque